terça-feira, 4 de março de 2008

Ilustrações sobre escravidão provocam polêmica em SP

Material distribuído para alunos em recuperação traz trabalhos de Debret, do século 19, fora de contexto.
O capítulo de história do material didático de reforço da rede estadual de ensino, em São Paulo, tem provocado polêmica desde a sua distribuição para alunos de 7ª e 8ª séries, no início do ano letivo. A publicação de três ilustrações do artista francês Jean-Baptiste Debret sobre a escravidão no século 19, no Jornal do Aluno/7ª e 8ª séries, é apontada por especialistas e professores como erro grave, pela falta de crédito e de contextualização sobre a época em que as imagens foram produzidas.Entre as principais críticas, está o uso dessas imagens - que mostram o negro em condição passiva de trabalho ou de castigo - ao lado de textos que não tratam sequer do momento em que Debret visitou o Brasil. É o caso da página 27 do material, que traz duas ilustrações - uma que retrata o açoite sendo aplicado a um negro e outra de uma moenda de cana-de-açúcar, ao lado de um texto atual sobre o etanol, de dezembro de 2007.Procurada, a Secretaria Estadual da Educação informou, por meio de nota, que as ilustrações de Debret são referentes a um texto publicado na página anterior da apostila, de autoria de Louis François de Tollenare, sob o título “O trabalho no engenho”. A nota relaciona cada imagem a determinados trechos do texto. Entretanto, no material didático não há uma associação clara entre as imagens e o texto.A secretaria também informou que o Jornal do Aluno foi desenvolvido por 40 dos maiores especialistas em educação do Brasil e que já recebeu centenas de correspondências de professores da rede elogiando o material. A nota ainda completa que o material é para os alunos em recuperação, reforçando aulas que os estudantes já tiveram em suas escolas.Circe Bittencourt, professora de história e coordenadora do Programa de Banco de Dados de Livros Escolares Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), avalia como lamentável a inserção das ilustrações sem contextualização. “Há várias pesquisas acadêmicas que comprovam a necessidade do cuidado com o uso de imagens que só retratam as cenas do negro em situação passiva de escravidão. As ilustrações de Debret são fortes e não podiam ser usadas sem contexto.”Neide de Aquino Noffs, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP e especialista em didática, aponta a falta de sintonia entre textos e imagens. Ao propor para estudantes a interpretação de um elo entre o passado e o presente, o Jornal do Aluno deveria trazer imagens das duas épocas. “Ali não há imagem do presente, só do trabalho escravo, a punição do negro.”
Ontem na escola quando estava realisando as atividades citadas a cima eu e os outros colegas não entendemos nada,essa ilustração esta entrando em contradição com o texto é muito retorcida sem deichar claro as informações divulgadas no texto.comentar

0 comentários:

About This Blog

  © Blogger template 'Perfection' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP